Conto: Um dedo de prosa com o diabo

 




O diabo veio coletar a alma de quem havia feito um pacto com ele, assustado o homem tentou arrazoar e inventar desculpas para não ser levado ao inferno.

—Calma lá, seu Diabo! Porque não temos um dedinho de prosa? Não carece de ser tão afoito! Eu posso te dar um bom motivo para não ser arrastado ao Hades!

—Um dedinho de prosa? Façamos o seguinte: Um dedo por um motivo— E alcançou uma faca incandescente nas mãos da alma condenada.

—Nossa, quanta ignorância! Era só uma figura de linguagem!

—Quer me dar os motivos ou terminamos aqui?

—Ok, calma! —O sujeito começou a buscar argumentos em sua mente, tentando poupar o máximo de dedos possíveis.—Eu fui tão ruim, mas tão ruim, nessa vida, que o inferno pareceria um playground. O senhor com certeza não vai querer uma concorrência como essa, lá embaixo, disputando o trono com você!

—Hummm… seja breve, quais maldades foram essas?

—Só preciso mencionar uma! Doei todos os bilhões que você me conseguiu para a caridade!

—Hahahahaha, tolo! Quem disse que fazer caridade é algo ruim? Ande logo! Corte um dedo ou venha comigo! Chega de baboseiras!

—Calma, que eu ainda não expliquei! Eu fiz caridade e não pedi, absolutamente, nada em troca! Apenas distribui dinheiro para as pessoas, que se tornaram ociosas e passaram a esperar sempre mais, sem realizar nenhum esforço para não depender dela! Aqueles que eram, potencialmente, bons, foram corrompidos! Hoje, não querem mais trabalhar, só viver uma vida fácil, cheia de preguiça, e o que me deram em troca foi o poder politico!

O diabo, estremeceu por um momento—Você é realmente mal! Travestiu algo bom de um instrumento para desvirtuar as pessoas! Onde aprendeu isso?

—Então, agora você quer conversar? — ele jogou a faca nas patas do diabo e emendou— Um dedo por cada resposta! 

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